Quotes by José Luís Peixoto

José Luís Peixoto's insights on:

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Os segredos estão dentro de nós. Como tudo o que sabemos, também os segredos nos constituem. Também os segredos são aquilo que somos. Quando os seguramos, quando somos mais fortes e os contemos, alastram-se em nós. Desde dentro, chegam à nossa pele. Depois, avançam até sermos capazes de os distinguir à nossa volta. E, no silêncio, somos capazes de os reconhecer. Então, nesse momento, já não são apenas os segredos que estão dentro de nós, somos também nós que estamos dentro dos segredos.
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«Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.»
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reflectido nas pedras do passeio. Lisboa é a nitidez através do ar. Lisboa é a cor manchada dos muros. Lisboa é o musgo novo a nascer sobre o musgo seco. Lisboa é o desenho de fendas, como relâmpagos, a escorrerem pela superfície dos muros. Lisboa é a imperfeição criteriosa. Lisboa é o céu reflectido
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Como ele, basta-me ser fiel à verdade que conheço e em que acredito. Na vida, talvez seja sempre assim. A sinceridade salva-nos perante nós próprios.
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«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.»
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o tempo é redondo como um círculo desenhado no ar com um dedo
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Desde que deixara de trabalhar na biblioteca que os dias se tinham começado a misturar, nada distinguia as terças das quartas, quintas, sextas-feiras. Até as estações se tinham começado a misturar: invernera, primavão, verono, outerno. Esse soufflé de tempo era interrompido pelas visitas do Cosme, um palito para ver se o tempo estava cozido por dentro. (p. 188)
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O tempo apenas não existe quando o recusamos, quando não o sentimos, quando não fazemos nada com ele, quando não tentamos entendê-lo.
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Há muitas formas de estar morto.Perder o cheiro, perder o nome, perder a própria vida, mesmo que ainda ocupando um corpo ou uma sombra. Perder o cheiro, perder o nome, perder a própria vida, mesmo que ainda suportando o tempo e o peso do olhar.
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Tudo o que te sobreviveu me agride.
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